quarta-feira, 17 de abril de 2013

EDITORIAL - ATENTADOS EM BOSTON


Mortes, dilacerações, sangue para todo o lado. Essas são algumas expressões que podem caracterizar o estado de coisas que virou a cidade de Boston ontem, depois que uma série de explosões feriram e assassinaram americanos inocentes que se divertiam em uma maratona.

O terrorismo é um dos grandes chagas que o século XXI herdou do século XX. Como em tantos outros episódios, o que se viu foram pessoas comuns sendo mortas como baratas por criminosos covardes que se escondem em carros perto de escolas, ou dentro de bares ou ainda, pior, jogando aviões em edifícios. É o novo tipo de guerra que o mundo precisa enfrentar, uma guerra onde de um lado estão radicais que veem seus inimigos com infiéis de uma causa espiritual. A partir desse tipo raciocínio, bastante parecido com o método comunista de raciocinar o combate ao inimigo da utopia, a licença para o homicídio em série é livre.

É preciso descobrir quem cometeu o atentado em Boston e punir seus responsáveis. Querer responsabilizar os americanos pelo ocorrido é tão escroto e cruel quanto responsabilizar o estudante Victor Hugo Deppman pela sua morte. Segundo  alguns bem pensantes, assaltantes, assassinos e terroristas agiriam movidos pelo mesmo motivo: uma causa de elevada envergadura social, prejudicada em sua origem pela ação das próprias pessoas que eles exterminam. No caso dos bandidos comuns, as injustiças sociais. No caso dos terroristas, o intervencionismo ianque. Em ambos os casos, os criminosos apenas estariam reagindo a ações cometidas por outros. Por essa forma de pensar, é fácil lhes tirar a culpa.

Esse tipo de raciocínio cruel, onde culpado vira vítima e a vítima vira culpado, revela uma outra forma de terrorismo que também precisa ser combatido: o terrorismo intelectual.

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