quinta-feira, 4 de abril de 2013

EDITORIAL - HOMOFOBIA SELETIVA


Depois de Fernanda Montenegro beijar uma outra atriz na boca, Daniela Mercuri resolveu anunciar que irá se casar com outra moça, também em protesto contra Marcos Feliciano. Não ficou só ai. O ator Bruno Gagliasso postou em uma rede social uma foto em que beijava o também ator Matheus Nachtergaele. Outras celebridades menores foram na onda e começaram a divulgar suas próprias fotos de beijos gays, em uma profusão tão absurda que não se sabe até onde isso é protesto e até onde isso é embarcar no episódio para aparecer na mídia.

Anos atrás, quando Lula disse que Pelotas era uma cidade exportadora de viado, ninguém beijou ou casou em protesto. Quando os aiatolas iranianos enforcaram gays em guindastes, em praça pública, essa gente toda também não se apavorou. É mais fácil se indignar quando a figura alvo do protesto é alguém que, em que pese na política, é um anônimo diante da coletividade. Se o individuo for evangélico e não estiver na esquerda, melhor ainda.

Poupam Lula. Poupam Nicolas Maduro, e colocam Feliciano no pau de arara. É o que se chama de homofobia seletiva. Fosse qualquer outro bandido da base aliada a presidir a comissão, ou um racialista negro, ou ainda um defensor de ditaduras de esquerda, ninguém daria a menor atenção para a tal Comissão de Direitos Humanos. Como se sabe, no Brasil, Direito Humanos não valem para humanos de direita.

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