segunda-feira, 1 de abril de 2013

EDITORIAL - O 1° DE ABRIL E A SOCIEDADE BRASILEIRA


Antigamente o 1° de Abril era uma data que servia para algum deslumbramento despreocupado com mentirinhas simplórias que serviriam, de forma humorística, para fazer graça com amigos e parentes. Hoje perdeu a graça. Hoje a piada se tornou norma de conduta. Passar os outros para trás e dar jeitinho se tornaram as principais regras comportamentais da sociedade brasileira. De quem fura o pedágio na cola do otário que pagou antes, até aquele que propõe a criação de um estádio cuja utilidade será nenhuma, tudo passa por um círculo vicioso onde o que vale mesmo é se dar bem, pouco importando quais são as consequências éticas e morais das ações que tomamos.

É fácil falar mal de um Renan Calheiros na presidência do Senado. Difícil é entender o que o levou a chegar lá. Em parte é a ignorância de um povo mantido a força no buraco do analfabetismo? Sim, pode ser. Mas também não deixa de ser o resultado da moralidade geral do país. Ao longo dos anos o que se viu é que os valores éticos e morais, cada vez mais, estão sendo postos de lado. O povo reelegeu e acreditou na continuidade do projeto daqueles que, sem pudor algum, criaram o mensalão. Há algo de mais escandaloso que isso?

Voltemos a Renan. Todos sabem que ele não tem moral para estar onde está. Nem ele nem muitos outros. Entretanto eles estão lá. O povo sabe quem são eles. O povo sabe o que eles fizeram no verão passado. Acontece, infelizmente, que o povo não se importa. E não se importa exatamente por compartilhar certos aspectos das condutas expostas por essas pessoas. É clichê, mas os políticos são o extrato da sociedade. Renan Calheiros e tantos outros podem não representar indivíduos brasileiros, mas, infelizmente, representam sim a sociedade como um todo.  

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