terça-feira, 21 de maio de 2013

EDITORIAL 20/03/2013 - O BOATO DO FIM DO BOLSA FAMILIA


Um boato de que o Governo suspenderia o Bolsa Família levou dezenas de beneficiados pelo programa a irem em agências da Caixa Econômica no estado do Maranhão. O episódio escancarou, e as fotos do jornal O Estado de São Paulo comprovam, imagens degradantes que representam o retrato de uma mentalidade de dependência do Estado que, infelizmente, é cada vez mais estimulada pelo governo.

É preciso repetir que o Bolsa Família consiste em um importante programa emergencial. É impraticável deixar milhões de pessoas desamparadas, sem recursos para sustentarem suas famílias. Dai a necessidade de um programa como esse que repassa recursos para os desamparados. O problema, entretanto, é que no Brasil o caráter emergencial  foi validade de forma perpétua. Um governo sério se orgulharia de, por meio do ensino e do estímulo ao empreendedorismo, diminuir o número de dependentes do programa. O que se passa é o contrário. Se orgulham de ampliar o benefício, como se manter pessoas na pobreza, dependentes das esmolas do governo, fosse algo salutar.

As cenas na agências da Caixa lembram aquelas da Etiópia, onde mortos de fome disputavam os farelos fornecidos pelos boinas azuis da ONU. As câmeras dos jornais flagraram, no século 21, imagens do século 14. É a massa de pessoas que continuam pobres e que, se o governo suspendesse de fato o Bolsa Família, voltariam novamente para a miserabilidade. São as mesmas pessoas que, mantidas pobres, também são estimuladas pelo governo a consumir  irresponsavelmente. Pessoas paupérrimas, dependentes de prebendas estatais que se endividam. Estamos diante de um quadro gravíssimo que se pode chamar de ascensão social forjada. O Brasil Maravilha não resiste a uma caminhada pelas ruas.

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